Saneamento na COP30: Brasil leva obras, diretrizes e inovações climáticas

A COP30, que acontecerá em novembro de 2025 em Belém do Pará, já tem garantida a presença do setor de saneamento no centro dos debates climáticos. Além do governo federal, companhias estaduais e entidades representativas do setor vão levar projetos, diretrizes e iniciativas que colocam o saneamento básico como peça-chave na luta contra as mudanças climáticas. A expectativa é que o evento, sediado pela primeira vez na Amazônia, seja um marco histórico para mostrar como o saneamento contribui diretamente para a adaptação, mitigação de riscos e construção de cidades mais resilientes.

Projetos do Brasil em destaque

Entre os principais projetos que o Brasil vai apresentar na COP30 está o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), considerado estratégico para a segurança hídrica e a adaptação às mudanças climáticas. O governo também vai destacar os grandes investimentos em saneamento que estão sendo feitos em Belém, como a macrodrenagem nas bacias dos rios Tucunduba, Murutucu, Tamandaré e Una, que somam mais de R$ 1 bilhão e devem beneficiar mais de 500 mil pessoas com redução de alagamentos e ampliação da rede de esgoto. Outro exemplo é a obra do canal da Avenida Cipriano Santos, com drenagem, pavimentação e revitalização urbana, impactando diretamente mais de 300 mil moradores.

Belém também ganhará o Parque da Cidade, um espaço de 500 mil m² que será sede dos pavilhões da COP e, após o evento, ficará como legado para a população com áreas verdes, ciclovias, museus e centro de convivência. Além disso, o Brasil vai impulsionar a discussão sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um mecanismo financeiro inovador de US$ 125 bilhões voltado à proteção das florestas tropicais, garantindo retorno financeiro a investidores e penalidades em caso de desmatamento.

O setor de saneamento marca presença com força

As companhias e entidades do setor de saneamento também terão protagonismo. A AESBE (Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento) vai lançar em Belém o documento “Saneamento e Mudança Climática: Diretrizes das Companhias de Água e Esgoto para o enfrentamento de eventos anormais”. O estudo reúne mais de mil contribuições de 17 companhias e traz orientações práticas sobre segurança hídrica, proteção de mananciais e adoção de tecnologias avançadas para garantir resiliência diante de secas, enchentes e outros eventos extremos.

A AESabesp, em parceria com a AESBE, também contribuiu com a revisão e ampliação desse documento, que será debatido oficialmente na Casa do Saneamento, espaço especial dedicado ao tema durante a COP30, e também no evento Fenasan: Rumo à COP30, em outubro.

Outro destaque é a plataforma “Todos pelo Saneamento”, iniciativa da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental). Com o lema “Sozinhos, avançamos. Juntos, transformamos”, a proposta é integrar empresas públicas, privadas e a sociedade civil para fortalecer a presença do saneamento no debate climático, estimulando a troca de experiências e o compromisso com ações de mitigação e adaptação.

Saneamento no centro da agenda climática

Com esses projetos, o Brasil leva à COP30 não apenas grandes obras de infraestrutura, mas também inovação em governança e financiamento, mostrando que o saneamento básico é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e garantir qualidade de vida. Para os profissionais do setor, o evento será uma oportunidade única de acompanhar como o saneamento se consolida como eixo estratégico das políticas climáticas e como empresas e entidades brasileiras estão posicionadas para liderar esse movimento.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *