A escassez de ÁGUA e a variabilidade climática estão acelerando a adoção de tecnologias de captação atmosférica (AWG, do inglês Atmospheric Water Generation). Em linguagem simples: são soluções que extraem ÁGUA potável do vapor presente no ar, por condensação ou por materiais que “puxam” umidade (dessecantes e MOFs). A seguir, analisamos exemplos práticos ao redor do mundo, os resultados obtidos até agora e o que esses pilotos significam para companhias de saneamento que buscam diversificar fontes de ÁGUA com baixo impacto ambiental.
O que está sendo testado nas cidades
Hubbard (Texas, EUA) — a cidade será a primeira nos EUA a instalar, em escala municipal, um sistema da AirJoule que transforma ar em ÁGUA usando calor geotérmico local. O projeto tem implantação prevista entre o 4º tri/2025 e o 1º tri/2026. Ensaios mostraram produção de ÁGUA destilada livre de PFAS.
Abu Dhabi e Al Ain (Emirados Árabes) — após um piloto com 15 unidades em 2023, as cidades planejaram a instalação de mais de 700 máquinas Watergen para ampliar pontos públicos de ÁGUA potável em escolas e parques. Os resultados indicaram qualidade considerada excelente.
Uttarakhand (Índia) — foram instaladas 15 unidades AWG em escolas e faculdades dos distritos de Dehradun, Rishikesh e Tehri, com modelos de 60 L/dia e 150 L/dia. Relatórios destacaram conformidade da ÁGUA com os padrões indianos de potabilidade.
Bali (Indonésia) e Índia — painéis solares SOURCE Hydropanel vêm abastecendo escolas e comunidades com ÁGUA mineralizada, reduzindo a dependência de caminhões-pipa e plásticos descartáveis.
O que os números já mostram
- Produção diária: até 10.000 L/dia em condições ideais, suficientes para usos potáveis, mas não para substituir um sistema completo.
- Capacidades típicas: 60–150 L/dia em modelos escolares e até 900 L/dia em módulos médios.
- Qualidade: projetos reportam ÁGUA potável conforme normas locais; no caso da AirJoule, destilada e livre de PFAS.
- Clima e eficiência: desempenho cresce com temperatura e umidade; fontes térmicas reduzem custos e ampliam produção.
Comparação das soluções
- Hubbard/AirJoule: eficiência energética com calor residual e ÁGUA de alta pureza.
- EAU/Watergen: implantação rápida e modular para consumo urbano.
- SOURCE Hydropanel: produção de ÁGUA com energia solar, ideal para locais remotos.
- Índia/CSIR-IICT: garantia de ÁGUA potável em escolas e comunidades isoladas.
O que companhias de saneamento devem observar
Os casos práticos mostram que a captação atmosférica de ÁGUA funciona melhor como fonte complementar e resiliente, integrando-se a redes existentes. Para garantir viabilidade, é preciso avaliar clima, energia disponível e custos de operação. A qualidade da ÁGUA deve ser monitorada regularmente para atender normas e gerar confiança.
Conclusão
Os pilotos de Hubbard, Abu Dhabi, Uttarakhand e Bali demonstram que a produção de ÁGUA do ar já entrega valor prático, fornecendo centenas a milhares de litros por dia em diferentes contextos. Para companhias de saneamento, trata-se de uma tecnologia que deve ser incorporada como camada extra de segurança hídrica, principalmente em regiões com condições climáticas favoráveis e disponibilidade de energia renovável.
Fontes:
Yahoo News,
Watergen,
SOURCE Hydropanel,
Maithri Aquatech

