Visão geral e por que isso importa
As elevatórias de água e esgoto são o coração do transporte hidráulico urbano. Em ambientes reais, elas consomem muita energia, sofrem com cavitação, picos de pressão, entupimentos e, não raro, operam em locais com rede elétrica “sensível”. Por isso, as inovações recentes priorizam três frentes: eficiência energética via inversores (VFDs) com funções específicas para bombas; confiabilidade por meio de monitoramento preditivo e proteção; e padronização sanitária e modularidade para acelerar projetos. Nesse contexto, surgiram lançamentos e atualizações entre agosto e outubro de 2025 que trazem ganhos práticos para elevatórias de água e esgoto — seja em água potável ou esgotamento sanitário.
O que mudou de agosto/2025 até agora
De forma objetiva, três movimentos se destacam e impactam diretamente elevatórias de água e esgoto:
- Drives “prontos para água & esgoto” com funções embarcadas (detecção de cavitação, limpeza de bomba, proteção “dry run” e controle multipump inteligente) — reduzindo energia e falhas. Ex.: ABB ACQ580-0P recém-divulgado.
- Mitigação de harmônicos e CBM no próprio inversor, com filtro ativo de alta eficiência (Danfoss AAF 007) e drive VLT AQUA FC 202 NEMA 4X, além de condition-based monitoring sem nuvem. Isso ajuda quando a rede é frágil, típica de muitas elevatórias de água e esgoto.
- Pacotes de estação e bombas “prontas” para acelerar implantação: estações acima do solo com HMI avançada e kit solar (Smith & Loveless EVERLAST 4000) e bombas certificadas para água potável (Pioneer Pump com NSF/ANSI 61 e 372).
Além disso, há atualizações de firmware em linhas conhecidas (ex.: Altivar Process ATV600 – V4.5IE46), que agregam funções digitais e ajustes finos sem trocar hardware — útil para modernizar elevatórias de água e esgoto já existentes.
Benefícios práticos para elevatórias (o que “aparece na fatura”)
- Energia: VFDs dedicados a água/esgoto evitam “bombear em vazio”, reduzem cavitação e dimensionam a rotação ao setpoint real de nível/pressão. Isso corta kWh e alonga a vida útil. Ex.: ACQ580 com funções de cavitação/dry-run/cleaning e controle multipump.
- Qualidade de energia: filtros ativos como o AAF 007 mitigam harmônicos, compensam fator de potência e desbalanceamentos; consequência: menos aquecimento em transformadores e menos disparos intempestivos.
- Confiabilidade e manutenção: monitoramento on-drive (CBM) e IoT de bombas (ex.: Cornell Co-Pilot) sinalizam vibração/temperatura/pressão em tempo real, permitindo intervenção antes da falha. Há casos municipais relatando ganhos operacionais. Sanitariedade: em água potável, bombas certificadas NSF/ANSI 61/372 simplificam especificação e reduzem risco regulatório — especialmente em elevatórias de água e esgoto que atuam no lado “água”.
- Implantação rápida: estações modulares acima do solo com HMI intuitiva e kit solar encurtam prazos e agregam resiliência — um diferencial para elevatórias de água e esgoto em áreas remotas.
Análise detalhada das soluções (tópico exclusivo)
1) ABB ACQ580-0P — drive em gabinete com funções “nativas” de bombeamento
O ACQ580-0P chega como pacote focado em água e esgoto, incorporando detecção/mitigação de cavitação, pump cleaning (útil para bombas submersíveis propensas a fibras e sólidos), proteção contra operação a seco e gestão multipump inteligente. Na prática, isso permite que elevatórias de água e esgoto operem com rotação ideal, alternem bombas para balancear desgaste e limpem o rotor sem intervenção manual frequente. A interface guiada facilita o comissionamento e reduz erros de parametrização. Em cenários de variação de demanda ao longo do dia, a economia de energia é direta.
Aplicações típicas: recalque de água tratada, elevatórias de esgoto com sólidos fibrosos, boosters de pressão.
Pontos de atenção: seleção correta de filtros/reatores para THDi quando exigido por norma local; integração com CLP/SCADA; ventilação adequada do gabinete.
Indicadores práticos: kWh/ML bombeado, horas de operação por bomba (balanceamento), incidências de cavitação (alarmística), número de ciclos de limpeza (redução de desentupimentos manuais).
2) Danfoss VLT AQUA FC 202 NEMA 4X + Advanced Active Filter AAF 007 + CBM on-drive
O combo da Danfoss apresentado em 2025 prioriza ambientes agressivos (NEMA 4X para áreas úmidas/externas) e qualidade de energia com o AAF 007, que entrega mitigação de harmônicos, correção de fator de potência e compensação de desbalanceamentos em um único módulo de alta eficiência. Ademais, o condition-based monitoring no próprio drive (com técnicas de machine learning, sem dependência de nuvem) transforma o inversor em um hub de dados — detectando desvios de comportamento do conjunto motor-bomba e antecipando manutenção. Para elevatórias de água e esgoto expostas e com rede frágil, é uma combinação de impacto imediato.
Aplicações típicas: estações ao tempo, casas de bomba costeiras/ambiente salino, redes com distorção harmônica.
Pontos de atenção: engenharia elétrica para ajuste do filtro ativo, coordenação com proteções, e política de dados para CBM.
Indicadores práticos: THDi na entrada, fator de potência, alarmes CBM, redução de paradas não programadas.
3) Schneider Electric Altivar Process ATV600 — firmware V4.5IE46
A atualização de firmware de 06/out/2025 adiciona melhorias funcionais e estabilidade à linha ATV600, voltada a gestão de fluidos e redução de OPEX. Para elevatórias de água e esgoto já equipadas com Altivar, atualizar o firmware pode agregar funções de monitoramento/energia e diagnósticos sem trocar o drive. É uma via de modernização “rápida”, útil para quem busca ganhos incrementais com CAPEX mínimo.
Aplicações típicas: modernização de painéis existentes em EEA/EEE.
Pontos de atenção: compatibilidade de hardware/versão, janela de parada para atualização, backup de parâmetros.
Indicadores práticos: alarmes, logs de energia, estabilidade de setpoint, redução de trips.
4) ITT Goulds Pumps 3430 — nova geração de bombas de dupla sucção
A família 3430 foi expandida com melhorias de hidráulica e mecânica, incluindo i-Frame 360° (carcaça de rolamento) para robustez/manutenção e design que tende a reduzir NPSHr (pressão mínima na sucção para evitar cavitação). Em elevatórias de água e esgoto de grande porte, menor NPSHr amplia a janela operacional, reduz danos por cavitação e melhora eficiência ao longo da curva. É muito relevante em água bruta e adutoras de alta vazão.
Aplicações típicas: captação e recalque de grandes vazões.
Pontos de atenção: alinhamento, fundação, seleção de material (ferro nodular, inox), e selagem face ao fluido bombeado.
Indicadores práticos: NPSHa vs. NPSHr, horas entre manutenções, vibração em mancais, rendimento global.
5) Cornell Pump — Co-Pilot™ (IoT/SCADA) e bombas “immersible”
O Co-Pilot™ fornece telemetria em tempo real (pressão, vibração, temperatura, GPS) e recursos de manutenção preditiva e conformidade regulatória; há relatos de uso municipal com ganhos em desempenho e monitoramento de elevatórias de água e esgoto. Em paralelo, bombas immersible da marca visam continuidade operacional em casas sujeitas a alagamento. O pacote é valioso quando confiabilidade e disponibilidade são críticas.
Aplicações típicas: EEE em áreas inundáveis, poços profundos com risco de intrusão, gestão de ativos distribuídos.
Pontos de atenção: conectividade, cibersegurança, integração com o SCADA legada.
Indicadores práticos: MTBF/MTTR, alarmes de vibração/temperatura, tempo de reação a eventos.
6) Smith & Loveless EVERLAST™ Series 4000 — estação acima do solo com HMI e kit solar
A EVERLAST 4000 é uma estação de bombeamento modular com QUICKSMART™ HMI, RapidJack™ check valves e kit solar para apoio energético e créditos verdes. Fornece pacote de rápida instalação (fábrica testada), reduzindo obra civil e tempo de implantação de elevatórias de água e esgoto. Especificações públicas citam fluxos até ~1.300 GPM (≈82 L/s) e TDH até 158 ft (≈48 m), com faixas de 1,1–37 kW.
Aplicações típicas: substituição de submersíveis problemáticas, áreas com restrição de espaço, obras com cronograma crítico.
Pontos de atenção: compatibilidade com normas locais, avaliação do papel do solar (backup/auxílio), e requisitos de ruído/estética.
Indicadores práticos: prazo de comissionamento, horas de indisponibilidade, custo total de instalação.
7) Pioneer Pump — linha certificada para água potável (NSF/ANSI 61 e 372)
Para elevatórias de água e esgoto no lado de água potável, a nova linha NSF/ANSI 61/372 simplifica especificação e comprovação de conformidade, reduzindo retrabalho. Há destaque para design compacto “close-coupled” e fornecimento “pacotizado” (elétrico/diesel), útil em boosters. A certificação sustenta a segurança sanitária sem comprometer desempenho.
Aplicações típicas: boosters distritais, adutoras de água tratada, sistemas temporários de reforço.
Pontos de atenção: envelope hidráulico vs. ponto de operação real; kits de manutenção específicos NSF.
Indicadores práticos: conformidade regulatória, lead time de implantação, custos de auditoria/ensaios evitados.
Como priorizar em campo (passo a passo rápido)
- Mapear dores da estação: consumo específico (kWh/ML), alarmes recorrentes, THDi, fator de potência, paradas não programadas.
- Atacar energia e qualidade de rede primeiro: VFD dedicado + filtro ativo e CBM on-drive fazem diferença rápida em elevatórias de água e esgoto com demanda variável e rede “suja”.
- Hidráulica e confiabilidade: onde há cavitação/entupimentos, priorizar bombas com NPSHr menor e recursos de pump cleaning/proteção dry-run.
- Implantação e compliance: para acelerar obras, considerar estações modulares e, em água potável, bombas certificadas NSF/ANSI.
- Instrumentação e IoT: fechar o ciclo com monitoramento de vibração/temperatura/pressão para evoluir de manutenção corretiva para preditiva.
FAQ técnico rápido (linguagem simples)
- Filtro ativo resolve tudo? Não. Ele mitiga harmônicos, corrige fator de potência e pode compensar desbalanceamento, mas exige projeto e parametrização corretos. Em elevatórias de água e esgoto com múltiplos VFDs, a estratégia pode combinar filtros ativos e passivos conforme o arranjo.
- Pump cleaning substitui manutenção? Não. Ajuda a desprender fibras/sólidos e reduzir paradas, mas inspeções e rotinas seguem necessárias.
- Atualizar firmware vale a pena? Em muitos casos, sim. Pode habilitar novas proteções, dashboards e métricas de energia sem trocar hardware — ótimo para modernizar elevatórias de água e esgoto com CAPEX baixo.
- Estação modular acima do solo é barulhenta? Depende do projeto, mas há soluções com enclausuramento e garantias de desempenho típicas que atendem áreas urbanas. Além disso, a HMI facilita operação e reduz entradas em espaço confinado.
Conclusão
Para maximizar resultados em elevatórias de água e esgoto, o caminho mais rápido envolve VFDs com funções nativas de bombeamento, mitigação de harmônicos e monitoramento preditivo. Em paralelo, a seleção de bombas com melhor NPSHr e a adoção de estações modulares aceleram a entrega e reduzem riscos. Finalmente, certificações sanitárias em água potável encurtam a aprovação regulatória. Com essa rota, utilities e operadores conseguem ganhos reais de energia, disponibilidade e segurança operacional — e, portanto, melhoram o nível de serviço à população.



