Afirma-se, com frequência, que “saneamento não dá voto”. Entretanto, a prática demonstra o contrário. Quando o saneamento é priorizado com critérios técnicos, transparência e comunicação clara, a cidade muda: a população percebe água confiável, esgoto coletado e tratado, ruas mais limpas e menos doenças. Portanto, o saneamento impacta diretamente a vida diária, melhora indicadores e fortalece a reputação do gestor. Este artigo, voltado a profissionais do saneamento, compila cinco razões objetivas — em linguagem acessível e, ao mesmo tempo, técnica — que mostram por que o saneamento dá votos e consolida legados administrativos.
1) Saneamento é visível no cotidiano
Impacto perceptível e duradouro
O saneamento transforma o ambiente urbano de forma concreta: torneira com água segura, menos esgoto a céu aberto, menos odores e vetores. Assim, a percepção pública se altera rapidamente. Além disso, ao alcançar periferias e áreas historicamente negligenciadas, o saneamento gera reconhecimento político espontâneo, pois resolve dores reais e constantes do território.
2) Saneamento reduz doenças e gastos em saúde
Prevenção mensurável que vira credibilidade
Ao ampliar coleta e tratamento de esgoto e ao assegurar qualidade da água, o saneamento diminui internações por doenças de veiculação hídrica, reduz afastamentos e alivia a rede pública. Desse modo, a gestão realoca recursos para educação e infraestrutura, mostrando responsabilidade fiscal. Com efeito, a população associa o saneamento à proteção da família e ao uso inteligente do orçamento.
3) Saneamento valoriza imóveis e dinamiza a economia
Ambiente mais atrativo para viver e investir
Bairros atendidos por saneamento apresentam melhor percepção de segurança sanitária, menos alagamentos e maior estabilidade de serviços. Como consequência, a atratividade residencial e comercial aumenta, novas atividades se instalam e a arrecadação local tende a crescer. Portanto, o saneamento é vetor de desenvolvimento urbano e base para projetos de requalificação e adensamento sustentável.
4) Saneamento gera empregos e renda local
Obras, operação e serviços especializados
Desde a engenharia de projetos até a operação de sistemas, o saneamento mobiliza cadeias produtivas: construção civil, eletromecânica, consultorias, laboratórios, logística e manutenção. Assim, além do benefício sanitário, há efeitos multiplicadores no curto prazo, perceptíveis pela comunidade. Em síntese, o saneamento cria trabalho qualificado, estimula compras locais e fortalece fornecedores regionais.
5) Saneamento melhora indicadores sociais e a reputação do gestor
Desempenho consistente e legado institucional
Cidades com alto nível de saneamento costumam apresentar melhores resultados em saúde, educação e qualidade de vida. Consequentemente, a opinião pública associa a gestão a entregas concretas e à eficiência na aplicação de recursos. Em suma, o saneamento consolida uma imagem de competência técnica, crucial em tempos de transparência, métricas e cobrança por resultados.
6) Líderes que priorizaram saneamento e ganharam destaque
José de Anchieta Júnior (RR) — expansão acelerada na capital
O foco no saneamento resultou em forte ampliação de água e esgoto na capital, com reforço de estações, expansão de redes e aumento de regularidade. Assim, o saneamento tornou-se eixo de desenvolvimento e saúde pública, elevando o perfil da gestão.
Edinho Araújo (São José do Rio Preto, SP) — salto em desempenho
Com redução de perdas, modernização de sistemas e ampliação de cobertura, o município avançou nos principais indicadores de saneamento. Desse modo, a gestão passou a exibir resultados auditáveis, metas claras e obras estruturantes, convertendo saneamento em cartão de visitas político.
Rodrigo Neves (Niterói, RJ) — cobertura ampla e eficiência
Com altos níveis de atendimento de água e esgoto e modernização operacional, Niterói consolidou o saneamento como símbolo de gestão eficiente, com benefícios visíveis e duradouros para a população.
Dário Saadi (Campinas, SP) — liderança recente em rankings
Campinas estruturou ações de saneamento orientadas à adaptação climática, ampliação de reservação, renovação de redes e melhoria no tratamento. Como consequência, colheu resultados expressivos em avaliações setoriais, associando saneamento a inovação e resiliência.
Conclusão
A máxima “saneamento não dá voto” não se sustenta. Pelo contrário: quando o saneamento é planejado, executado e comunicado com rigor, ele melhora a vida das pessoas, reduz custos, dinamiza a economia e fortalece a reputação do gestor. Para profissionais do saneamento, a mensagem é direta: transformar o saneamento em eixo estratégico, com métricas e transparência, gera resultados técnicos e, simultaneamente, reconhecimento político.
Fontes (clique para acessar)
- BNDES — Impactos de investimentos em água e esgoto sobre indicadores de saúde
- Instituto Trata Brasil — Panorama e indicadores de saneamento
- José de Anchieta Júnior — referências históricas
- São José do Rio Preto — reconhecimento em saneamento
- Niterói — destaque em cobertura de água e esgoto
- Campinas — liderança recente em rankings de saneamento



